O QUE SE SABE ATÉ AGORA SOBRE AS VACINAS DA COVID-19 PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Saiba quais são os imunizantes que já testam a segurança e a eficácia nos mais jovens
A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou um vídeo explicando por que a vacinação de crianças não é prioridade neste momento da pandemia, visto que nem todos os adultos foram vacinados.
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, diz no vídeo que as crianças podem, sim, ser contaminadas e transmitir o vírus, mas elas correm um “risco muito menor” de contrair a forma grave da COVID-19 quando comparadas com adultos.
Por isso, segundo Swaminathan, as crianças não devem ser consideradas uma prioridade, com exceção daquelas mais suscetíveis a doenças, visto que a quantidade de doses para vacinar todo mundo é insuficiente. “Como temos uma quantidade limitada de doses, precisamos usá-las para proteger os mais vulneráveis”, afirma.
A Pfizer solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para ampliar a faixa etária de indicação da vacina contra a Covid-19 no dia 13 de maio. A empresa estadunidense pediu para incluir adolescentes de 12 anos ou mais na bula do imunizante registrado no Brasil.
No dia 11 de junho, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da vacina da Pfizer em crianças a partir dos 12 anos de idade, algo que já acontece nos Estados Unidos. Mas, por enquanto, a vacinação no Brasil só está autorizada pelo Ministério da Saúde em adultos acima de 18 anos.
Apesar de não ser a prioridade máxima, a vacinação infantil contra a COVID-19 tem o papel de ampliar o número de vacinados a fim de reduzir a taxa de transmissão do vírus. Pensando nisso, vários países já iniciaram a imunização de crianças e adolescentes contra o coronavírus.
Confira alguns países que já começaram a vacinar e outros que já aprovaram a vacinação desse grupo:
Estados Unidos: iniciou a vacinação de adolescentes em meados de maio, após a vacina da Pfizer ser aprovada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para crianças de 12 a 15 anos.
Canadá: aprovou o uso da vacina da Pfizer no início de maio para uso em crianças de 12 a 15 anos.
Chile: o governo do Chile anunciou o início da vacinação de crianças e jovens entre 12 e 17 anos no dia 10 de junho. A imunização com doses da Pfizer deve começar a partir de 21 de junho.
França: a vacinação contra a COVID-19 foi aberta a partir do dia 15 de junho para adolescentes de 12 a 18 anos.
Alemanha: anunciou no dia 27 de maio que a vacinação de crianças e adolescentes acima de 12 anos deve começar em breve com o imunizante da Pfizer. No dia 10 de junho, o Comitê Permanente de Vacinação da Alemanha recomendou a imunização de crianças e adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades, mas não emitiu uma orientação geral de vacinação para essa faixa etária.
Itália: a Agência Italiana de Medicamentos (AIFA) aprovou o uso da vacina da Pfizer em adolescentes de 12 a 15 anos. Já foram vacinados mais de 4,6 milhões de jovens entre 12 e 19 anos no país, de acordo com o ministério da saúde local.
Reino Unido: no dia 4 de junho, o uso do imunizante da Pfizer foi aprovado para crianças de 12 a 15 anos pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido após análise da segurança, qualidade e eficácia da vacina nesta faixa etária pela agência e pelo órgão consultivo independente do governo, a Comissão de Medicamentos Humanos (CHM). A vacina também já é aprovada para uso em adultos e adolescentes acima de 16 anos no país.
Israel: iniciou a vacinação de adolescentes de 12 a 15 anos em junho, com o imunizante da Pfizer. O órgão de saúde do país recomenda especialmente que jovens pertencentes a grupos de risco sejam vacinados, como aqueles com potencial de desenvolver doença grave pela COVID-19 e adolescentes que vivem com parentes nessas condições.
China: autorizou o uso emergencial da Coronavac em crianças acima de três anos a adolescentes de 17. Ainda não há nenhuma data definida para o início da imunização desse público no país.
Japão: também aprovou, no final de maio, a utilização da vacina da Pfizer em crianças de 12 a 15 anos. A imunização desse público depende do avanço do cronograma do país.
Vacinas da COVID-19: testes em crianças e adolescentes
Para averiguar a segurança e a eficácia das vacinas contra a COVID-19, vários fabricantes de imunizantes iniciaram testes em crianças e adolescentes. Seis destas vacinas já possuem ensaios clínicos planejados ou iniciados fora do Brasil. Uma delas, a Johnson & Johnson, foi a única que pediu autorização para estudos no Brasil.
A pesquisa e o registro de produtos para uso em crianças passa por um processo que é exigido por lei no país, mas é provável que demore menos que o de adultos. Por conta do atraso na campanha de vacinação contra a COVID-19 de adultos e idosos no Brasil, ainda não foram iniciados programas de vacinação infantil contra o vírus.
Veja como estão os testes de algumas vacinas em crianças e adolescentes!
Janssen
Nos Estados Unidos e Bélgica, a Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, vem testando a vacina em pessoas acima de 16 anos.
No Brasil, a farmacêutica pretende realizar estudos clínicos em crianças e adolescentes para analisar a eficácia e a segurança da vacina de dose única contra Covid-19 neste grupo, mas os protocolos do estudo ainda estão em processo de avaliação junto aos órgãos reguladores competentes.
Segundo a Janssen, a vacina será testada inicialmente em um pequeno grupo de adolescentes e se os resultados iniciais mostrarem um perfil de segurança adequado, o número de participantes do teste será aumentado em um avanço progressivo.
Pfizer
Na primeira semana de abril foi anunciada a primeira impressão sobre o comportamento da vacina Pfizer/BioNTech, que teve 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 15 anos.
O estudo combinado de fase 2 e 3 em adolescentes foi iniciado em 12 de outubro e entre os 2.260 participantes envolvidos, todos no grupo placebo, foram detectados 18 casos de Covid-19.
Durante os testes foram notados alguns eventos adversos semelhantes aos observados entre o grupo de 16 a 25 anos, e por isso, além da eficácia comprovada, a vacina também mostrou-se segura para o grupo de 12 a 15 anos. Vale lembrar que o imunizante da Pfizer/BioNTech foi autorizado por agências reguladoras dos Estados Unidos no final de dezembro para pessoas acima de 16 anos e, com isso, já vinha sendo aplicado.
É possível que a companhia inicie outro ensaio combinado de fase 1, 2 e 3 para testar seu imunizante em crianças de 5 a 11 anos e em bebês a partir de seis meses. No entanto, ainda não há dados de quantas crianças vão participar desse estudo.
Coronavac
No dia 22 de março, o laboratório chinês Sinovac divulgou que a vacina deles, a Coronavac, é segura e apresenta resposta imune em crianças e adolescentes. A Coronavac é produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.
O estudo combinado das fases 1 e 2 foi feito com 552 crianças entre 3 e 17 anos. Os resultados preliminares apontaram uma boa segurança do imunizante em duas dosagens testadas, sendo uma dose maior e outra menor.
Segundo a companhia, os efeitos colaterais observados durante os testes foram leves e duas crianças que receberam as doses mais baixas tiveram febre alta. A empresa ainda afirmou que a dose menor aplicada em crianças de 3 a 11 anos induziu respostas imunes na forma de produção de anticorpos favoráveis. Já a dose alta funcionou melhor para os jovens de 12 a 17 anos.
Os dados preliminares ainda não foram publicados oficialmente como artigo científico, e também não foram analisados e revisados pela comunidade científica.
Moderna
No dia 25 de maio, a empresa americana Moderna comunicou que sua vacina contra COVID-19 é segura e eficaz para crianças e adolescentes com idade entre 12 e 17 anos.
Segundo a empresa de biotecnologia, os resultados do estudo fase 2 e 3 seguiram os critérios definidos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), indicando eficácia de 93% da vacina contra a doença após a primeira dose.
Já nos critérios definidos pela Moderna, a eficácia da vacina foi de 100% na prevenção de casos sintomáticos do vírus, avaliada 14 dias após a aplicação da segunda dose. Os dados foram baseados em um ensaio clínico que envolveu 3.732 crianças e adolescentes com idades entre 12 e 17 anos.
Oxford/AstraZeneca
A Universidade de Oxford iniciou o estudo de fase 2 em crianças e adolescentes no Reino Unido. Os testes estavam sendo realizados em quatro cidades, com 300 participantes saudáveis de 6 e 17 anos, mas foram pausados após relatos de coágulo sanguíneo em adultos que receberam a injeção.
Cientistas disseram que antes de prosseguir com a aplicação das doses do imunizante, é necessário aguardar uma nova revisão do regulador de medicamentos do Reino Unido. No entanto, acreditam que não há preocupações de segurança no ensaio clínico pediátrico.
Fonte: https://www.minhavida.com.br/familia/materias/37666-o-que-se-sabe-ate-agora-sobre-as-vacinas-da-covid-19-para-criancas-e-adolescentes
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