
Fevereiro laranja alerta para os sintomas da Leucemia
Fevereiro é o mês de conscientização da Leucemia, um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria os glóbulos brancos. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 11.540 novos casos para os próximos anos, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres. A estimativa é que desses, 6.738 evoluirão para morte, de acordo com a última edição do Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020.
Para informar a população sobre as formas de prevenção, diagnóstico e combate à doença, foi instituída da campanha Fevereiro Laranja, com ações por todo o país. O Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (HUAP-UFF), é referência no tratamento de vários tipos de câncer das células do sangue, por meio do Serviço de Hematologia. O HUAP é uma das 41 unidades de saúde administradas pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Segundo explica a chefe do Serviço, a hematologista Mônica Kopschitz Praxedes, as células se tornam leucêmicas após sofrerem mutações genéticas que lhes conferem vantagem proliferativa sobre as normais. “Elas ocupam a medula óssea, bloqueiam a produção das células sanguíneas normais e se reproduzem no sangue, a partir do qual podem infiltrar vários órgãos como linfonodos, baço, fígado e sistema nervoso central, dentre outros”, disse.
A leucemia pode se manifestar de forma aguda ou crônica. A aguda é caracterizada por células imaturas, sem capacidade funcional e pela rápida evolução para a morte, se não tratadas adequadamente. “Apesar da gravidade, são doenças curáveis em uma boa parte dos casos”, ponderou a médica. Já nas leucemias crônicas, a proliferação das células neoplásicas é lenta e predominam células com algum grau de maturação. O paciente pode ficar assintomático por meses e até mesmo por anos.
Tipos e sintomas
Existem dois tipos principais de leucemias: a mielóide e a linfóide. Considerando ambos os fatores, o tempo de evolução e a origem celular, a doença divide-se em vários subtipos: Leucemia Mielóide Aguda (LMA), que é uma doença grave, possui mortalidade elevada, porém é curável em parte dos casos, sendo mais comum nos adultos; Leucemia Linfóide Aguda (LLA), doença grave que afeta mais as crianças e possui elevada possibilidade de cura. A LLA ocorre também nos adultos, porém com pior prognóstico em relação à infância; Leucemia Mielóide Crônica (LMC), doença mais frequente nos adultos, assintomática durante algum tempo, evolui com o aumento do baço e, se não tratada, pode-se transformar em uma leucemia aguda; e a Leucemia Linfóide Crônica (LLC), doença que predomina nos idosos, evolui lentamente e pode ser controlada com medicação, porém, não tem cura.
Os sintomas variam. Suspeita-se de leucemia quando há sinais e sintomas como palidez e cansaço relacionado à anemia, manchas roxas na pele e outros sangramentos anormais, geralmente relacionados à baixa das plaquetas, febre, sudorese noturna, dor óssea, aumento de gânglios linfáticos, do baço ou do fígado.
“Na maior parte dos casos, não é possível determinar a sua causa, mas evitar exposição a radiações, pesticidas, substâncias químicas industriais, como o benzeno e o tabagismo, são aconselháveis. Algumas doenças genéticas, como a Síndrome de Down, a exposição prévia a quimioterapia para tratamento de um câncer e o envelhecimento contribuem para a ocorrência das leucemias”, explicou a médica Mônica Kopschitz Praxedes Lusis.
Tratamento
Atualmente, apenas as leucemias agudas são curáveis, especialmente a Leucemia Linfóide Aguda da infância. As leucemias crônicas são controladas com quimioterapia, que, em geral, possibilita aos pacientes uma boa qualidade de vida. “Alguns casos de leucemias agudas e, mais raramente, de leucemias crônicas necessitam de outro tratamento além da quimioterapia, o chamado Transplante de Medula óssea (TMO) alogênico”, explicou a médica.
Nesse tipo de transplante, a medula óssea do paciente, que não está funcionando adequadamente, é substituída por células-tronco hematopoiéticas de um doador saudável e com uma composição genética semelhante, podendo ser um familiar ou não. Os pacientes com indicação de TMO alogênico são encaminhados para unidades transplantadoras do Rio de Janeiro.
A doação de medula óssea é um ato de solidariedade e pode ajudar pacientes que têm o transplante como única chance de cura. O transplante de medula óssea é um tratamento indicado para pacientes com doenças de sangue, como leucemia, linfomas e alguns tipos de anemia.
No Brasil a chance de encontrar medula compatível é de uma em cem mil, por isso, quanto maior o número de doadores cadastrados, mais chances para os pacientes.
Para se tornar um doador de medula óssea é preciso:
- ter entre 18 e 55 anos de idade;
- estar em bom estado geral de saúde;
- não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao Hemocentro mais próximo da sua cidade, realizar um cadastro no REDOME e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA. O sangue será examinado por meio de testes de laboratório para identificar suas características genéticas. O resultado do exame e seus dados pessoais serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202402/fevereiro-laranja-alerta-para-sintomas-da-leucemia
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